Tábua sem esmeraldas
Uma releitura da Dobrada à Moda do Porto, minha Lista de Melhores Livros do Século 21 e mais 7 dicas de livros novinhos pra você suar seus ressentimentos
Outro dia, numa baladinha, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me música como uma feijuca gelada.
Disse delicadamente à DJ
Que a preferia quente como uma canção do Jorge Ben,
Que a música (e era o dia do meu aniversário) nunca se serve gelada.
Impacientou-se comigo,
Apontou-me a placa: É proibido conversar com o DJ.
Nunca se pode ter razão, nem na sua própria festa de aniversário.
Não dancei, não pedi outra música, paguei a conta,
E vim fumar um cigarro na calçada do Fervo.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve uma festa,
Particular ou pública, ou da vizinha.
Sei muito bem que só por dançar eu já seria dono da festa.
E que a tristeza é de hoje.)
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi uma música do Jorge Ben, por que é que me trouxeram
Um trap tosco, sem charme, cheio de autotune?
Não é música que se possa dançar numa noite gelada,
Mas me negaram uma mera Tábua de Esmeraldas no meu aniversário.
Não me queixei, mas o som estava ruim,
Nunca se pode dançar um som ruim, mas veio ruim,
E era o dia do meu aniversário.
25 Melhores do 21
Como você percebe no poema acima, que escrevi com meu parça MC Fernando Pessoa, o ressentimento é musa tão inspiradora à criação quanto a fome e o sexo (se preferir, a grana e o amor). Movido por este afeto nobre é que, desdichado pela infame lista da Folha de S.Paulo, que não me meteu entre os Melhores do Século nem como autor nem como crítico, sugiro abaixo os Meus 25 entre 2000 e 2025.
Não que a lista da Folha não tenha leituras que frequentem minhas retinas e estantes, longe disso. É que lista literária fotografa o momento, além de ser caça-clique para jornal em situação de abandono (infelizmente a Ilustríssima é cada vez menos relevante), possível blurb pra desencalhar livro e tema de veneninhos entre cerveja e outra (mas como é que a fraquíssima Fulana tem livro na lista? E Beltrano, não tinha sido cancelado? Mas Sicrano sabe mesmo escrever, não foi o editor quem lhe esquentou o texto?).
Como levar a sério uma lista em que livros medíocres de Nélida Piñon e Ferreira Gullar tenham mais votos que uma obra-prima da poesia como Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MCs? Não rola. Talvez a aceite como uma lista de livros influentes - mas se o critério for puramente estético, não dá pra cravar a palavra melhores, sorry, folhescos.
Agora faça um voo rasante pelo século 20, note que quase toda a obra de Kafka só passou a circular em 1925 e sinta o bafo incomensurável do oblívio. Talvez ainda esteja por nascer a literatura do 21 que há de varrer toda essa lista pra baixo do tapete de algum sebo seboso.
We must agree on disagree, baby, como diria meu repórter favorito, Kareem Rahma, do Subway Takes, o melhor programa de entrevistas da web. Autores que não estão na lista mas poderiam, Christiano Aguiar e Marcelos Labes, e outro que está com um só livro e deveria ter mais, Joca Reiners Terron, escreveram críticas à lista em seus substacks (links no rodapé).
Além dos livros que eu puxaria mais pra cima e outros que jogaria lá embaixo pra fazer calço de mesa, há autores e obras sequer lembrados. Não vou mencionar livros que citaria da lista da Folha, então segue meu rol de alienígenas. Sem ordem, tá? Que literatura não é corrida de cavalo.
A Arte de Fazer Efeito Sem Causa, de Lourenço Mutarelli (Cia das Letras, 2008). Em narrativa sufocante, um jovem contaminado pela doença da vaca louca vai aos poucos perdendo linguagem, identidade e senso de real.
À Sombra dos Viadutos Em Flor, de Cadão Volpato (Sesi, 2018). Uma autoficção que modula o ego com delicadeza e interesse genuíno pelo Outro, em uma crônica da SP dos anos 1980 em tom de nouvelle vague.
Caballeros Solitários Rumo Ao Sol Poente, de Xico Sá (Clara, 2007). Onde diabos foram parar humor e delírio? Este romance escrito em portuñol selbaje persegue um cavalo que foge de uma famosa estátua eqüestre.
Capão Pecado, de Ferréz (Labortexto, 2000), em diálogo com o rap, narra a história de um jovem do Capão Redondo que busca escapar da violência e da desigualdade que permeiam seu cotidiano.
Diorama, de Carol Bensimon (Cia das Letras, 2022). Misto de coming of age, romance criminal e investigação sobre a própria identidade em um país estrangeiro, um romance inventivo e de cuidadosa carpintaria.
El Astronauta Paraguayo, de Douglas Diegues (Yiyi Jambo, 2007). Para falar de amor, miséria e coisas ainda sem nome, o sul-matogrossense mixa espanhol, guarani, inglês e português numa nova língua.
Elefante, de Francisco Alvim (Cia das Letras, 2000). Talvez o momento mais alto do poeta surgido na geração mimeógrafo, uma ponte entre o drummondismo e o minimalismo coado na peneira da coloquialidade.
Erva Brava, de Pauliny Tort (Fósforo, 2021). Um dos mais inventivos livros de contos dos últimos anos é um romance polifônico focando uma pequena cidade do Planalto Central à beira de um desastre.
Faroestes, de Marçal Aquino (Ciência do Acidente, 2001). O mestre da narrativa breve continua o caminho aberto por Rubem Fonseca para compreender nosso estranho pacto entre sangue e cordialidade.
Favelost, de Fausto Fawcett (Martins Fontes, 2012). Aditivado por prosódia única, o romance especula uma hipersaturada conurbação entre Rio e SP, onde rola a paixão entre Júpiter Alighieri e Eminência Paula.
Homens Elegantes, de Samir Machado de Machado (Não, 2013), mistura espionagem, moda e filosofia no XIX, seguindo um alfaiate brasileiro que se envolve em missão secreta no Império. Sofisticado e super divertido.
Inventário de Predadores Domésticos, de Verena Cavalcante (DarkSide, 2022), é uma coletânea de contos que mergulha nas profundezas do horror cotidiano, especialmente na infância e na casa familiar.
Makunaima, de Jaider Esbell (Elefante, 2019). Aproximando ficção, drama, mito, poesia, ensaio e manifesto político, o artista visual de Roraima decoloniza a mitologia roubada por Mário de Andrade.
Máquina de Pinball, de Clarah Averbuck (Conrad, 2002). Antes da autoficção virar modinha, a gaúcha expunha punkmente as vísceras com velocidade e humor, colando a pele aos inferninhos da cidade.
Meio Intelectual, Meio de Esquerda, de Antonio Prata (34, 2010). Antes de ficar meio reacinha, o cronista seguia à risca os ensinamentos de Rubem Braga em textos deliciosos, que capturam o zeitgeist com sagacidade.
Meu Coração de Pedra-Pomes, de Juliana Frank (Cia das Letras, 2013). Uma faxineira de hospital às voltas com pacientes tarados e uma obsessão com borboletas, limpeza e um homem casado. Esquisito e hilário.
Moscow, de Edyr Augusto (Boitempo, 2001). Em ritmo alucinante e linguagem telegráfica, esta noveleta violentíssima conta os dias fugazes de um psicopatinha que brinca de matar pelas praias do Pará.
Paulisséia Ilhada, de Glauco Mattoso (Ciência do Acidente, 2000). Mesmo cego, o homem que mais escreveu sonetos no planeta une o alto ao baixo, o sadomasoquismo ao samba afromacarrônico.
Pescoço Ladeado por Parafusos, de Manoel Carlos Karam (Ciência do Acidente, 2002), é um romance sem começo nem fim: desafiando a imaginação do leitor, utiliza jogos linguísticos e situações absurdas.
Porco de Raça, de Bruno Ribeiro (DarkSide, 2021), uma distopia em registro afrofuturista, acompanha um professor falido que é sequestrado e forçado a participar de lutas clandestinas.
Quando Restar Só o Mundo, de Mauro Pinheiro (Rocco, 2002). Atualizando Sam Shepard em nossas vielas e estradas, uma road novel acelerada pela inquietude existencial, prontinha pra virar filmão.
Rua da Padaria, de Bruna Beber (Rocco, 2013). Reinventando o subúrbio fluminense em graça e imagens imprevistas, é o livrinho que traz um clássico da poesia contemporânea, “Romance em doze linhas”.
Sábado dos Meus Amores, Marcelo Quintanilha (Conrad, 2009), é uma coletânea de HQs que exploram as complexidades das relações e os dilemas cotidianos na perifa carioca; os diálogos são geniais.
Um Teste de Resistores, de Marília Garcia (7Letras, 2014). A poesia longa e combinada ao ensaísmo necessariamente passa por este livro delicado e erudito, que ensina o leitor a prestar atenção e não ter pressa.
Vento Sul, de Vilma Arêas (Cia das Letras, 2011). Com prosas curtas que transitam entre ensaio, memória, retrato e crítica, o livro trata a violência brasileira com profundidade ética e extremo apuro técnico.
Minha perspectiva como crítico, editor, jornalista, curador ou leitor é sempre a de um professor de redação combinada com a de um escritor - “como é que esse cara fez isso?” é a pergunta que estoura na cabeça toda vez que topo alguma invenção que me deixa chapado. Então privilegio aqui os livros que considero de linguagem mais criativa, mais arrojada, mais estranha e mais ruidosa frente aos convencionalismos reinantes.
Amanhã, minha lista pode ser outra. Listas são só indicações de itinerários. Nunca levo-as tão a sério, nem as minhas. O melhor da literatura é se perder.
Isto posto, vamos à…
#pilhadeleiturasperdidas
7
Stars look very different today
Um dos aspectos que chama a atenção neste livro incrível (trad. Adriano Scandolara) é a habilidade de Harvey em articular o familiar e o estranho, o coletivo e o individual. Acompanhando um grupo de astronautas em missão de nove meses em uma estação espacial, sua prosa - que nunca deixa de lado o deslumbramento com a situação que narra, enquanto nos inunda de dados, eventos e explicações científicas - faz o tempo todo o caminho entre geral e particular, nos lembrando que somos também passageiros da mesma nave.
6
Poesia em forma de ensaio
Não à toa Marilia Garcia tem uma poesia aproximada do ensaísmo: ela pensa a poesia em tempo integral; pensa fazendo, pois “a verdadeira condição humana é a de pensar com as mãos”, diria Godard. Sua curiosidade parece inesgotável, bem como sua graça em compartilhar achados e maravilhas conosco. Há aqui ensaios sobre começos de poemas, fragmentos de poemas, construção do ritmo, um festival de poesia na Romênia, o eu-poético, as palavras coração, garoa, choração, a criação de metáforas e de imagens, e tesouros como o saboroso Inventário de Destruições, em que investiga junto a vários artistas anedotas sobre coisas que deletaram da vida: Edimilson de Almeida Pereira, Adelaide Ivánova, Paloma Vidal, Joca Wolff, Ana Estaregui, Adília Lopes. Como Garcia sugere, “Sempre me comoveram textos que caminham para as fronteiras dos gêneros: um romance feito de cartas; poemas que são diários ou falas; ensaios que são poemas; peças que são testes; tradução que é leitura…” O terceiro número da coleção Errar Melhor, da WMF Martins Fontes, é mais um exemplar desses Objetos Verbais Não Identificados - e por isso mesmo deveria ser obrigatório em todo curso de poesia.
5
Pra mim você tá falando russo
E por falar em Objetos Verbais Não Identificados, eis um exemplar que transita entre a ficção e a não-ficção, se aproximando da rara linhagem dos romances lexicográficos ou enciclopédicos - algo entre O Dicionário do Diabo de Ambrose Pierce, o Dicionário Kazar de Milórad Pávitch e Literatura Nazi na América de Roberto Bolaño. Usando o alfabeto cirílico como guia, sempre com muito humor, a linguista argentina (traduzida por Marina Waquil) aborda coisas tão díspares como o conceito de “um quarto e meio” na obra de Brodsky e a alogia em Gógol. Destaque-se sua abordagem híbrida. A escritora mexicana Valeria Luiselli: “Um exercício de erudição afetiva, em que a linguagem opera como mapa e espelho”. Martín Kohan: “Nenhum contemporâneo explora com tanta precisão as fronteiras entre alfabeto e identidade”. Lúcia Tennina: “Constrói uma arqueologia pessoal através da linguagem, onde cada grafema revela camadas de história”. Mikhail Shishkin: “Reinventa o cirílico como território literário, criando pontes entre culturas”.
4
Palavra lava
Monica Ojeda escreve em estado de erupção, febril e incandescente, sobre uma turma de amigas que resolve escalar o El Alto, um vulcão extinto que exige uma travessia excruciante para quem quer conhecer os nove picos que o rodeiam formando uma lagoa em formato de catedral. O pretexto é o Festival Ruído Solar, “sete noites e oito dias de noise experimental xamânico, de música under pós-andina, de retrofuturismo thrash ancestral, contou-nos alguém que tinha voltado transformado pela experiência, um filósofo new age de quem roubamos oitenta dólares, uma revista de astrologia e três comprimidos de ecstasy (…) Eram tempos ardentes, cheios de vontade de nos expandirmos para ocupar um espaço maior no mundo. Lembro-me do desejo. Lembro-me da sede. Pensamos que poderíamos saciá-la na paisagem engendrada por um vulcão”. Esses trechos estão na primeira página (trad. Silvia Massamimi Felix)… e quem parar a leitura aqui já está extinto.
3
Arquitetura do horror
Me caiu na mão esse livro bizarrinho - escrito por um cara de quem nunca tinha ouvido falar, best-seller no Japão e sucesso no YT por suas histórias de suspense e por jamais divulgar seu rosto - e não parei de ler. Estruturado em croquis arquitetônicos e diálogos entre personagens que buscam desvendar um espaço misterioso desenhado na planta baixa de uma casa, a história acaba chegando em crimes e fenômenos macabros.
2
Não tenho tempo a perder
Há tempos a editora Impressões de Minas vem nos brindando com pérolas gráficas e achados surpreendentes promovendo o encontro entre artes visuais, música, quadrinhos e literatura, como Meu Livro Vermelho, de Otto, e Carlos Viaja, de China e Tulipa Ruiz. Este caprichado volume, organizado por Tarso de Castro e Thiago E, traz 80 poetas brasileiros entre 20 e 90 anos em diálogo com o vampiro tropicalista, uma verdadeira antologia em linda edição crivada de fotografias (há altos e baixos, claro, mas felizmente mais altos). Surgem belezas como esta, de Ana Martins Marques:
Cifra e cilada
Estou pensando em você
estou tentando te entender:
estudando os ouriços
e as rosas
estou pensando no seu corpo
vibrando como as cordas
de um instrumento novo
estou pensando nas palavras
cifra e cilada
no seu modo de pensar
começando pela praia
no seu jeito de escapar
pela porta de saída
estou pensando nas canções
soando na madrugada
cada esquina uma página
virada
afinal não daria
para chegar na beirada
praia de si
orla de nada
princípio de precipício
e no entanto não cair?
são coisas que penso
quando vejo relâmpagos
rápidos como este
1
O estranho é sempre mais verdadeiro
Alegria define a chegada de um novo livro de Samanta Schweblin (ainda mais se for com tradução de Livia Deorsola). São seis contos quase perfeitos, dos quais um é absolutamente perfeito e talvez seja uma das melhores coisas que eu já li, “O olho na garganta”.
Depois de muito treino e leitura sabemos que em literatura tudo é técnica mas quando nada mais parece nos surpreender aparece um conto como este e caímos assim, terraplenados. A premissa é simples e engenha dois mistérios: um menino engole alguma coisa, é submetido a uma traqueostomia e fica mudo; seu pai passa a receber ligações silenciosas todas as noites. O fato de o conto ser narrado pelo menino dos dois aos 50 anos torna as coisas mais estranhas, mas há outro evento raro que (não vou contar aqui pra não estragar) parece nos atirar em uma realidade que não entendemos - talvez para o nosso próprio bem. Fica a perene sensação de termos tocado algo belo e terrível.
Ao contrário de suas congêneres na recente onda de autoras hispânicas herdeiras de Silvina Ocampo (cuja epígrafe neste livro - “O estranho é sempre mais verdadeiro” - é tão esclarecedora quanto opaca), como Monica Ojeda ou Mariana Enríquez, Schweblin recusa a fantasia e o mágico. Suas histórias são francamente realistas, mas algo sempre nos escapa. A ambiguidade de seus enredos nos atira em uma zona límbica que justamente por ser cinza nos deixa sempre inquietos - aquela sensação que temos em um sonho antes de abrir uma porta, sabendo que ali dentro estará o Mal, sem no entanto confrontá-lo, ficamos paralisados pouco antes de girar a maçaneta… mas giramos.
As premissas dos outros cinco contos são: Uma mulher prepara seu suicídio em um lago, mas sobrevive após desistir debaixo d’água; Após um acidente com o filho de sua amiga, a narradora fixa-se na imagem de um cavalo ferido; Uma mulher vê o gato morto de sua infância na janela, enquanto o marido insiste em sua inexistência; Duas adolescentes descobrem uma poeta idosa cujo discurso sobre o tédio as confronta com o vazio existencial; Uma mulher recebe a visita de um líder religioso que a leva a se questionar: “Para que serve ter uma vida?”.
É a pergunta que faremos, depois, ao reler cada conto, procurando aquele algo que sentimos ter perdido, mas que não saberemos nunca onde está.
Novidade velha I
A leitura do conto perfeito da Schweblin e minha irritação com a DJ insensível lá do começo da newsletter me levaram a passar o domingo com este livro genial de Maria Rita Kehl. Publicado em 2004 e reeditado em 2020, investiga a “constelação afetiva” ao redor desse troço que já foi chamado de vingança imaginária, paixão triste e autoenvenenamento psíquico, e que move personagens fascinantes como Ricardo III, Raskólnikov, Paulo Honório e meu malvado favorito, Walter White.
E, só agora me toquei, também Álvaro de Campos.
Novidade velha II
Mesmo estando o seu substacker a cinco anos do evento que o penabundará aos assentos preferenciais dos coletivos, sempre encontra novidades sensacionais no passado. É o caso deste fado meio tango de José Mário Branco chamado “Inquietação”. Descobri-o no meu shuffle do Spotify e fiquei alegre na hora e logo a seguir muito triste por ficar sabendo que Branco encarou a escuridão em 2019.
Copio Diogo Barreto na descrição desta maravilha: “O acompanhamento de fado, o trinar da guitarra portuguesa, a entrada do contrabaixo carregado de swing, a bateria com escovas, os toques inesperados de piano, a melodia de saxofone e a entrega de José Mário Branco, que empresta a voz ao poema a capturar na perfeição o que é ser humano: viver em constante inquietação, sem nunca saber o que o amanhã nos reserva, estar sempre pronto a abraçar uma nova causa, batalhar por um futuro onde tudo é dourado e ter confiança de que o amanhã pode ser melhor”.
Aos 55, tudo o que peço da vida é mais inquietação.
Links
Melhores Livros do Século 21 segundo a Folha
Darwinismo literário e listas, por Joca Reiners Terron
Algumas listas, por Christiano Aguiar
Gracias pela leitura!
Abraços,
Ronaldo Bressane
Criou um auê a tal “Lista da Folha”. Alienígena ao tema “literatura nacional contemporânea” e alérgica a rankings (nascida sob Mercúrio conjunto ao Nodo Norte) me espantei com a quantidade de publicações nacionais. Qto a você, parabenizo pelo excelente Hermes/Mercúrio (o tal da Tábua Esmaragdina) de que fez mostra na articulação das palavras. Parabéns !
Ressentimento da Maria Rita Kehl é um dos grandes livros que já li. Irei escrever sobre ele também, em algum momento.