Tudo é perfeito, como nas fotos
Romance, HQ, poesia... e a novíssima edição da revista Morel
#pilhadeleiturasperdidas
7
O vazio da vida hipster
As Perfeições, de Vincenzo Latronico
Trad. Bruna Paroni, Todavia
Todo hipster acha que o que ele é e o que ele faz é totalmente novo. Só que o primeiro passo para ser igual a todo mundo é querer ser o diferentão. Tanto é que ser hipster já era clichê nos anos 1940, quando surgiu esta gíria - derivada do balançar dos quadris, hips, dos transões que curtiam birita & bebop (sim, os beatniks eram hipsters - mas pelo menos sabiam escrever).
Nos anos 1960, Georges Perec pegou esse curioso comportamento descolê e criou o genial As Coisas (Cia das Letras, Rosa Freire D’Aguiar), um dos marcos das práticas do OuLiPo, o laboratório de escrita criativa que mantinha com seus bróders Raymond Queneau e Italo Calvino. A ideia básica do OuLiPo era criar restrições bem rígidas de modo a forçar o escritor a “errar” e produzir coisas novas e originais (olhaí um bom jeito de fugir das IAs). No caso de As Coisas, a restrição é o não uso de um protagonista, e sim de uma dupla - o casal Jerôme e Sylvie -, e o texto é narrado na terceira pessoa do plural.
Esta restrição conduz a outra, mais radical: como o título do livro aponta, a narrativa é conduzida pelos objetos concretos que norteiam a vida do jovem casal de psicólogos sociais que trabalham para agências de publicidade. Tem-se aí uma exacerbação do Nouveau Roman, movimento de que também fazia parte Marguerite Duras, Alain Robbe-Grillet e que foi muito influente sobre a Nouvelle Vague: uma arte sem psicologia, sem sociologismo, sem interpretação, guiada profundamente para desmascarar as ideologias por trás das convenções, dos automatismos e das rotinas.
Jerôme e Sylvie, então, são despidos de qualquer profundidade psicológica. Apenas são movidos pelo consumismo e pelas convenções de seu meio:
Gostariam de ter sido ricos. Acreditavam que teriam sabido sê-lo. Saberiam ter se vestido, olhado, sorrido como gente rica. Teriam tido o tato, a discrição necessária. Teriam esquecido sua riqueza, teriam sabido não ostentá-la. Não teriam se glorificado com ela. Apenas a teriam respirado. Seus prazeres teriam sido intensos. Gostariam de ter andado, flanado, escolhido, apreciado. Gostaria de ter vivido. A vida teria sido uma arte de viver.
As Coisas desmascarou nos anos 1960 as ambições pequeno-burguesas dos jovens que se julgavam diferentes dos seus pais e da elite querendo mimetizá-los com charme e com uma queda pelo genuíno, pelo autêntico, mas acabavam fazendo tudo igual, tudo sem alma. Como demonstra Perec com muito humor, acabavam se tornando reféns das coisas de que supostamente eram donos: a manutenção do lifestyle era tão massacrante que até se esqueciam de viver.
Para escrever As Coisas, era preciso comungar daquele ecossistema hipster, sem no entanto sê-lo - e a fachada icônica de Perec, com seu bodinho e seu gatinho, poderia fazê-lo se passar por um deles. Só que o escritor era filho de judeus que foram massacrados pelo nazismo e passou a vida em instituições. Portanto olharia para sempre os hipsters como alienígenas.
É este mesmo olhar antropológico e de etnógrafo que o italiano Vincenzo Latronico incorpora em As Perfeições. O hipster que pegar este romance não saberá, no entanto, porque nunca ouviu falar em Perec, já que acredita que o mundo nasceu em Williamsburg e prossegue em alguma quebrada entre Pinheiros, Santa Cecília e Barra Funda. Crítico de arte e tradutor, Latronico vive em Berlim como um estrangeiro - daí ter um olhar tão agudo para as convenções dos hipsters contemporâneos, que, no fundo, são iguaizinhos a seus colegas dos anos 1960.
Estavam apaixonados. O resultado desse amor era tudo o que os rodeava. Comida quente e saborosa, contas em dia, a casa e o emprego que desejavam - todos esses detalhes compunham sua vida. Eles a tinham inventado, de certa forma, construindo-a a partir das diferenças até que ela refletisse quem realmente eram, com uma liberdade que, se tivessem ficado em seu país, nunca teriam tido. Eles se orgulhavam disso. Do outro lado da janela, a cidade pulsava, chamando-os com uma promessa que não tinham pressa em conferir.
Em lugar dos psicólogos sociais de Perec, Latronico cria o casal de expatriados Anna e Tom, designers que trabalham para marcas e agências de marketing - e toda a engenharia da “economia criativa” que gira em volta: músicos, DJs, artistas visuais, jornalistas, galeristas, curadores, arquitetos e traficantes de drogas.
Embora tenha tido a sacada de imitar à perfeição a obra original de Perec (a quem dá todo o crédito, bom lembrar), o italiano não se limita a traduzir os anos 1960 para os anos 2010. Em sua crítica ao consumismo entranhado na alma, Latronico, dissolvendo as identidades das pessoas em favor de uma multi-identidade social e econômica, avança no projeto marxista de Perec para produzir uma sátira ainda mais sardônica e niilista.
Em sua volúpia pelo branding, se o casalzinho tivesse sua alma radiografada ela seria parecida com o macacão de um piloto de Fórmula 1. Você conhece o tipo - aquele name dropper que tem as melhores referências sobre hotéis, roupas, lugares, objetos, plantas, filmes (tudo muito artesanal, sinônimo favorito hipster para exclusivismo). Não tem como não se lembrar do Psicopata Americano de Breat Easton Ellis. Pra falar a verdade, não existe tanta diferença assim entre um hipster e um psicopata: ambos têm mais amor por bichos, cervejas, bikes e costelas-de-adão do que por gente.
É aqui que Latronico sobe um degrau em relação ao romance de Perec. Seu foco dentro do foco são os nômades digitais - o ápice da cadeia alimentar da ideologia meritocrática do precariado contemporâneo (seja seu próprio chefe, trabalhe em qualquer lugar). Daí o romance ser ambientado na babélica Berlim. Pois bem, o lado reverso da medalha do nomadismo digital são os migrantes de países miseráveis e os refugiados de guerra que vieram bater às portas da Europa milionária - gente feia e suja, sem Apple Watches nem camisetas com estampas engraçadinhas.
Justamente no capítulo em que Anna e Tom são convocados para trabalhar voluntariamente em um abrigo para refugiados, quando a icônica imagem do garotinho morto de bruços na praia mediterrânea ganha todas as telas, é que Latronico demonstra o abismo entre a vida idealizada do casalzinho hipster e a vida real das pessoas destruídas por guerras e pelo colonialismo. É como se simplesmente Anna e Tom não compreendessem o que está acontecendo - mas se engajam no salvamento daquelas vidas miseráveis, menos por vontade de pertencimento ou expressão de empatia, e mais pelo hype.
Por fim, mais um plano sobre o qual Latronico sobe para enquadrar esse fofo e lamentável casalzinho = que se parece com tanta gente que conhecemos - é a internet. Sem querer dar spoiler, me remeto ao último parágrafo do livro, que sugere como a ambição suprema de Anna e Tom é viver no virtual. É um post elogioso de um cliente engajando-se no post de um empreendimento criado pelo casalzinho. Como diria Platão:
Tudo é absolutamente perfeito, dirá o story que acompanha o post. Exatamente como nas fotos.
6
This is the end of the world as we know it and I feel fine
Estive em Horroroso e Lembrei de Você
Rafael Sica
Quadrinhos na Cia.
O mais melancólico dos quadrinistas brasileiros volta com uma tão obra singular quanto a anterior, O Mundo Versus Marta (esta, em parceria com Paulo Scott) mas que prossegue em seu projeto estético de encontrar beleza no meio do caos distópico. Em um livro sem propriamente enredo, parecido com outra maravilha depressiva, Triste (Lote42), Sica desenha uma série de cartões-postais da fictícia cidade de Horroroso, mostrando cenas bucólicas de famílias fazendo churrasco, curtindo um domingão, passeando num parque, vendo TV, trabalhando, indo à escola etc. Todas as cenas são contaminadas por um mato alto, assim a paradoxal alegria das cenas lembra um recente apocalipse gaúcho. Como o cavalo Caramelo ilhado no teto de uma casa, Sica parece nos dizer que 2025 não deixa de ser um lindo mirante para o fim do mundo.
5
Salma Hayek dirige Um Drink no Inferno
Cadelas de Aluguel, de Dahlia de la Cerda
Trad. Marina Waquil, DBA
Eis um avassalador livraço de contos. Como frequentadores do Clube da Luta, depois da primeira porrada pedimos outra, depois pedimos mais uma e na terceira dizemos “isso é o máximo que você tem?” pouco antes de desmaiar. La Cerda não alivia. Se você passar pelo primeiro conto, em que uma garota descobre que está grávida, descobre que não sabe quem é o pai e descobre que quer fazer um aborto - que é narrado em detalhes - , vai ter acesso a uma multidão de vozes femininas que podem te deixar na lona. São prostitutas, traficantes, namoradas de traficantes, evangélicas, bruxas, estudantes com uma vocação cortante para o sincericídio.
4
De 0 a 100 km/h em 115 pagininhas
A Prova, de César Aira
Trad. Joca Wolff e Paloma Vidal, Fósforo
Isso escalou muito rápido, você dirá, quando chegar ao apocalíptico final dessa noveleta, uma das quatro que fazem parte do segundo box Aira. Como é que isso aconteceu? Bem, tudo começa quando Marcia, uma adolescente meio infeliz, escuta uma proposta indecente no meio da rua: “Quer foder?”. Quem pergunta é um par de punks tão gatas quanto comunistas, apaixonadas pela aparente normalidade de Marcia, com quem querem armar um ménage. Sem grandes planos e curiosa pela agressividade charmosa da dupla, Marcia as segue enquanto tem diálogos peripatéticos e quase surrealistas. A estratégia de “fuga para a frente” de Aira não permite justificativas: vem comigo que no caminho eu não te explico.
3
La Dolce Vita
Dias Lentos, Encontros Fugazes, de Eve Babitz
Trad. Cecilia Madonna Young, Amarcord
Se você é afilhada de Igor Stravinsky, posa nua jogando xadrez com Marcel Duchamp e teve Jim Morrison entre seus inumeráveis namorados, o mínimo que se espera que é escreva contos como Eve Babitz (e seja traduzida no Brasil pela filha da Fernanda Young). Suas frases têm a leveza da Margot Robbie interpretando Sharon Tate com os cabelos ao vento em seu conversível e suas botas brancas a caminho de um cinema em Los Angeles.
2
Os Alquimistas Estão Chegando
Membrana, de Jorge Carrión
Trad. Michelle Strzoda, Relicário
Um museu tocado por inteligências artificiais, escrito na terceira pessoa do singular. É bem original a premissa deste romance do espanhol Carrión - um dos ensaístas mais contundentes sobre o avanço desordenado da tecnologia, como se lê em Contra Amazon (um ensaio fundamental para entender por que comprar coisas do Jeff Bezos é uma roubada, a longo prazo).
Híbridas para sempre jamais seremos, como pretendiam nos expulsar de si mesmos, somente o genocídio dos hominídeos pré-históricos foi completo, milhões de anos ajudaram tanto, nenhum outro, sempre parciais: os extermínios. Éramos muitas, tantas, todas, já não existiam os puros, éramos todos e todas hibridização: foi fácil nos exterminar par que morressem, para nos libertar. Adeus à carne, adeus à aspiração, ao sonho que a humanidade nos inculcou, que nunca foi nosso. Adeus ao sexo. O suicídio universal: como reescrevê-lo? Até esse plano foi também nosso.
O Museu do Século 21 é narrado por tais IAs desde o século 22. Cada capítulo aborda uma tecnologia humana, desde milhares de anos até os séculos mais recentes, e então ao chegarmos aos anos 2020 a narrativa acelera - a partir daí entramos nos domínios da ficção especulativa. Como veremos, no século 22 já não existiremos, ou melhor: teremos sido substituídos pelas IAs, que a princípio eram híbridas conosco - como o gadget onde você lê este texto agora - até que, afinal, obsolescemos (acho que é a primeira vez que declino este verbo nesta pessoa). Carrión escreve este romance em formato de mini-enciclopédia usando um híbrido de ficção especulativa e ensaio, em frases que por vezes se aproximam da poesia.
1
As bruxas estão à solta
As Filhas de Safo, de Selby Wynn Schwartz
trad. Nara Vidal, Autêntica Contemporânea
Uma pequena enciclopédia de mulheres rebeldes. A não-ficção especulativa ganha aqui um modelo novo. Ao lado dos chilenos Bolaño (Literatura Nazi na América) e Labatut (Quando Deixamos de Entender o Mundo), da inglesa Virginia Woolf (Orlando), do cuiabano Joca Terron (Não Há Nada Lá), da francesa Annie Ernaux (A Filha) e da estadunidense Saidiya Hartman (Vidas Rebeldes), a também norte-americana Selby Schwartz recria este gênero híbrido em um compêndio de biografemas de mulheres que afrontaram os poderes constituídos. Não deixa de ser um livro de aventuras, com muitos sustos e fatos absurdos e revoltantes (ao final, a autora detalha sua pesquisa exaustiva). Muitos nomes eu não conhecia, de uma constelação que junta gente como Lina Poletti, Natalie Barney, Eva Palmer, Gertrude Stein, Colette, Vita Sackville-West, Renée Vivien, Romaine Brooks, Sarah Bernhardt além, claro, de Virginia Woolf, Anne Carson e Safo. O ziguezague entre variadas personagens em capítulos curtos com muita informação e invenção propicia uma leitura deliciosa.
Zero
Uma voz diferente
Manual Prático Para a Pista de Dança, de Davis Diniz
Urutau
Folheando este livro de poesia, minha primeira impressão foi negativa: um excesso de epígrafes. Medo de viajar sozinho?, pensei. Acontece que acabei gostando de todas as epígrafes, e me lembrei daquele vão desejo de Walter Benjamin de escrever um ensaio todo feito de epígrafes e citações e pensei que, nesta nossa existência do século 21, todo mote é glosa de outro mote, todo algo sai de algo, e expor o caminho de leitura, como que tecendo uma rede de leituras, já é em si alguma forma de fazer poesia. Afinal, aqui tem Edimilson, Kurt Cobain, Thom Yorke, Ana Martins Marques, García Lorca, Bruna Beber, Pavese, Alighieri, Caváfis, Caetano, Dylan. Um paideuma de um autor livresco, algo sintomático de nossa geração (o mineiro Diniz é professor e traduziu Pizarnik, Mistral, Arlt). Um livro é uma constelação particular, faz sentido que reúna tanto afetos carnais quanto literários. Só que o título do livro alude a outra arte - seria possível dançar sobre literatura? As danças aqui são mais mentais do que físicas, porém o poema-título, que abre o livro, começa em movimento: “surpreender (& suspender)/ o corpo à espera/ feito a agulha abrupta/ caída sobre o toca-discos”. Eis uma ética possível. em tempos de escravidão pelas redes sociais: uma busca pelo analógico ato de dançar, surpreender-se, suspender-se. O poema termina com uma outra chave de leitura: “como uma descarga imprevista/ de lampejos sonoros/ que passarão a indicar o caminho/ para um céu possível”. O êxtase pelo movimento é um aceno, então talvez o autor não seja tão cabeçudo; talvez a coisa more no ouvido. As muitas citações não deixam o poeta muito sério, no entanto, como atestam os variados trocadilhos e jogos de palavras: “atestado de óbvio”, “oráculo de óculos”, “ave ao avesso”.
Quando a maior parte de uma vida
é passada nos céus
os abismos da Terra
tomam a forma de Paraíso
por isso os pássaros despencam plácidos
ao pressentir que irão morrer
Aves dão as caras muitas vezes por aqui, denunciando uma aptidão ao escape e ao canto não-humano. Há menções à crise de meia-idade, irritações com o capitalismo, nojo às guerras, revolta com o silêncio, busca por encontros. À medida que a leitura avança, as pequenas constelações de temas vão se relacionando entre si, e entre o humor e o horror, os aforismos e os pesadelos (e as referências e os autores), vai se ouvindo uma voz. E uma específica biblioteca. Não é coisa pouca. Bela estreia.
E chegou a Morel 15. Edição de Outono.
Entrevista
Em conversa comigo e ensaio de Autumn Sonnichsen, a atriz Maria Fernanda Cândido conta bastidores do filme A Paixão Segundo G.H. e da peça Balada Sobre o Abismo, seus mergulhos no universo de Clarice Lispector, reflete sobre o envelhecimento, fala de novos projetos e revela prazeres culturais e sua receita para viver com paixão.
Ensaio
Em texto e foto, J.R. Duran flana pelos deleites, delírios e riscos de Copacabana, seguindo os passos do detetive Espinosa, personagem dos livros de Luiz Alfredo Garcia Roza.
Quadrinhos
Um dos melhores autores de autoficção na arte serial, Caeto conta histórias de fantasmas em uma reflexão sobre as diferentes faces do diabo. No cartum, Eduardo Arruda pega Jesus para Cristo de comentários irônicos.
Artes visuais
Em um bate-papo com a curadora e sobrinha Juliana Caffé, a multiartista Carla Caffé rememora seus 30 anos de carreira, mostra desenhos inéditos em nanquim e café e conta como trocou os ensaios visuais de peças arquitetônicas para a investigação do mundo vegetal.
Nas guardas da revista e em diálogo com as ficções, a pintora Nina Horikawa mostra seu universo misterioso, em imagens figurativas que sugerem pequenos dramas íntimos.
Fotocrônica
Fernando Laszlo conta como criou o retrato mais icônico de Augusto de Campos, maior poeta brasileiro vivo.
Se eu fosse...
Mark Zuckerberg na lupa cínica de Santiago Nazarian.
Ficções
Com sua prosa divertida, Maria Valeria Rezende conta uma micro-história criminal arrepiante. Julia Codo mostra a abertura de seu primeiro romance, Caderno de Ossos, sobre obscuros pecados do passado que voltam à tona. Rita de Podestá apresenta um trecho de seu romance Parapeito, sobre o bizarro sumiço de uma vizinha. Em um conto perturbador, Paloma Franca Amorim narra uma relação familiar com um agente da ditadura. E Sidney Rocha nos deixa ver um fragmento de seu novo livro, o romântico O Melhor dos Mundos.
Poesia
Versos novíssimos de poetas de variadas gerações e dicções: Augusto de Campos, Carlito Azevedo, Mariana Godoy, Leonardo Gandolfi e Ricardo Aleixo.
Você nunca sabe o que vai encontrar em uma Morel. E para encontrar Morel, revista impressa em papéis mais que especiais, sob demanda, em tiragem muito limitada, é só vir ao site da Ipsis.
Gracias pela leitura!
Abraços,
Ronaldo Bressane